“Inteligência emocional” é uma das soft skills mais requerida dos profissionais hoje em dia. A expressão foi popularizada por Daniel Goleman, psicólogo especializado em inteligência emocional e autor de um famoso livro sobre o tema. Mas, como as emoções afetam o ambiente de trabalho, os relacionamentos e o sucesso nos negócios? Existe uma única forma de lidar com elas? É preciso reprimir as emoções no trabalho?
Para abordar estas questões, entrevistamos Fernando Cavalher e Valerya Carvalho, fundadores da Escola Sentido, que oferece técnicas e métodos para o desenvolvimento do potencial criativo e inovador das pessoas. Eles atuam como facilitadores do curso “Impacto das Emoções do Sucesso de Sua Carreira”, que tem uma turma agendada para o mês de julho.
– O que são as emoções e como elas nos afetam?
CAVALHER: A emoção é uma reação que temos diante de alguém ou de algo que vivemos, sendo um estado momentâneo. As emoções intermediam a relação entre nossa consciência e nosso inconsciente. Uma emoção é um “recado” do inconsciente para a consciência, ela conta “segredos”. Por exemplo, quando sentimos “inveja” de fulano e não sabemos o porquê, essa reação revela para mim que o outro detém coisas/saberes de que preciso ou gostaria de ter. Além disso, as emoções são fontes de energia para entrarmos em ação.
– As emoções, como raiva, medo e inveja, devem ser reprimidas?
CAVALHER: Quando não ouvimos nossas emoções, elas crescem e se tornam negativas. Invadem nossa consciência e nos levam a tomar decisões e a agir de um jeito que não queremos. Por exemplo: quando não “ouvimos” nossa raiva em relação a outra pessoa, essa raiva vai se avolumando e, em algum momento, explodimos com ela, prejudicando a nós mesmos e ao outro, tanto humanamente quanto profissionalmente. Além disso, as emoções podem invadir nossos outros relacionamentos, gerando sobrecarga emocional.
Queremos frisar que as emoções consideradas negativas como, por exemplo, a raiva, a ansiedade, a traição e a inveja, têm tanta importância, utilidade e energia quanto as positivas.
– Por que precisamos entender nossas emoções no ambiente de trabalho?
CAVALHER: Quando ouvimos nossas emoções, ou seja, reconhecemos as sensações, conseguimos incluí-las em nossas decisões e ações conscientes. Elas cumprem seu papel e desaparecem, dando espaço às próximas emoções que surgirão. Não crescem, nem se acumulam, provocando explosões indesejadas, portanto inconscientes e automáticas. O contato consciente com as emoções permite que elas participem de nossas decisões e ações conscientes, portanto mais livres.
Como as emoções normalmente se manifestam dentro de relacionamentos, compreender as emoções torna os relacionamentos de trabalho menos carregados, mais humanos e mais produtivos. Finalmente, as emoções geram energia para que entremos em ação, gerando resultados muito mais abrangentes e eficazes do que ações que partem apenas da consciência.
– Qual o principal equívoco dos líderes em lidar com as emoções das pessoas que integram as suas equipes?
VALERYA: O principal equívoco é ignorar que as emoções existem e que pessoas são movidas à emoções, incluindo ele, o próprio líder. O primeiro passo para saber lidar com as emoções dos outros é saber lidar com suas próprias emoções. É saber reconhecer como as minhas emoções me impactam e como eu impacto as outras pessoas com as minhas emoções. Sem este movimento não há como ter acertos em lidar com as emoções dos outros. Se o líder adquire a autoconsciência, ele vai acertar ou, melhor dizendo, vai ser capaz de lidar com as emoções das outras pessoas. O líder vai conseguir adaptar a sua comunicação para combinar com as reações emocionais dos outros; vai saber lidar com as emoções daqueles com quem convive e interpretar os relacionamentos e interações de forma correta, conseguindo negociar e estabelecer cooperação. Ou seja, liderar.
– Como desenvolver e manter a inteligência emocional no ambiente corporativo?
1) Ter conhecimento de como funcionam as emoções no ser humano;
2) Ter conhecimento de qual é a mensagem que cada uma das emoções traz acerca de você mesmo, das outras pessoas e do ambiente de trabalho;
3) Prestar atenção às emoções que surgem;
4) Usar as emoções que surgem para apreender suas mensagens e tomar decisões mais conscientes;
5) Usar a energia que elas trazem para agir com mais humanidade, força e eficácia.
Informações à Imprensa
Chris Santos Notícias
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